Não luto contra a carne: eu a respeito.
Não posso lhe negar o seu direito
de realizar-se como ser, sujeito
vivo, por natureza insatisfeito,
regido dia e noite sob o efeito
da libido, veículo eleito
pra dar à carne o físico conceito
de prazer. Quanto mais sinto no peito
convocação da carne para o leito,
mais sou file a ela, mais aceito
servi-la ― sem mostrar-me contrafeito ―,
afinal no meu sangue flui o preceito
de insaciabilidade ― que aproveito
até me ver esgotado, rarefeito.
Patrice de Moraes, em EURÓTICO
Nenhum comentário:
Postar um comentário